VIGOROSA

O crescimento (natural) dos Intermediários de Crédito

11.09.2025
Francisco Ferreira Lima

Francisco Ferreira Lima, CEO da Maxfinance

 

Segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal relativos a 2024, os Intermediários de Crédito (ICs) foram responsáveis por 56% dos contratos de crédito à habitação. Um número impressionante, que ganha ainda mais relevo quando comparado com os 16% registados em 2021. Em apenas quatro anos, o setor mais do que triplicou a sua representatividade. Esta evolução não se trata apenas de uma tendência temporária — é uma mudança estrutural no mercado, com implicações profundas, que importa compreender.

Vivemos tempos de complexidade crescente. A incerteza económica, a volatilidade dos mercados e a proliferação de informação tornam a vida financeira dos consumidores cada vez mais exigente. Os produtos financeiros são mais sofisticados, as condições mais complexas e a linguagem utilizada, muitas vezes, inacessível. É neste cenário que o papel do Intermediário de Crédito se tornou verdadeiramente importante para clientes e instituições financeiras.

Mais do que simples facilitadores no acesso ao crédito, os ICs atuam no mercado como intérpretes certificados. Dominam um universo vasto de produtos, campanhas e condições, ajudando a procurar, compreender, comparar e negociar as melhores soluções de financiamento — sempre com um objetivo claro: qualificar o cliente e encontrar a opção de crédito mais adequada ao seu perfil, à capacidade financeira e aos seus objetivos de vida.

Num mundo onde as "letras pequenas" fazem grande diferença, os ICs tornaram-se aliados valiosos para decisões mais informadas, conscientes e seguras. E a confiança necessária para assumir este papel na sociedade tem sido conquistada diariamente, através de um serviço prestado com proximidade, ética e competência técnica.

Importa sublinhar que esta mudança não resulta apenas da oferta — é também impulsionada pela procura. Os consumidores estão mais exigentes, mais atentos e mais informados. Desejam comparar antes de escolher, compreender antes de assinar. Mas não têm tempo nem tolerância para burocracias desnecessárias - valorizam a relação com um único interlocutor que assegure acesso a toda a oferta e um serviço rápido, simples e transparente.

Os ICs respondem a esta exigência do mercado, estabelecendo pontes, descomplicando processos e promovendo a literacia financeira. Atuam como uma extensão dos bancos, ampliando a sua capilaridade e reforçando a sua capacidade. Oferecem um serviço gratuito, personalizado e orientado para as reais necessidades de cada cliente.

Este crescimento reflete também a profissionalização crescente do setor. Hoje, os Intermediários de Crédito operam sob regulação e supervisão do Banco de Portugal, sujeitos a certificação obrigatória e formação contínua, o que reforça a sua credibilidade junto dos consumidores e das instituições financeiras.

Curiosamente, apesar desta evolução, muitos consumidores — sobretudo entre os mais jovens — ainda desconhecem o que é um Intermediário de Crédito, e os benefícios que este pode trazer. Um profissional que assegura acompanhamento especializado, imparcial e gratuito em todas as fases do processo de crédito, desde a procura inicial até à contratação da operação.
 

Artigo publicado pela Vida Imobiliária 

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